domingo, 19 de fevereiro de 2012

Mulher, conhece a ti mesma - O Sagrado Feminino.*



Você é Terra. A mulher é uma "terrinha pequena" que tem a virtude de dar a luz a outros seres, para que aqui eles sigam sua caminhada. O planeta Terra é nossa Mãe grande: seu corpo nos dá o ar para respirarmos,  terra para semear nosso alimento e a água para beber e assim, em um grande corpo todos os seres prosperam: animais , vegetais, minerais, todos em uma integração e colaboração mútua com a existência.
Os gregos chamavam essa vida grande da qual fazemos parte de GAIA, a Mãe  Terra. É ela! O organismo vivo, espiritual e inteligente que nos deu forma, o corpo, o abrigo da centelha divina. Tudo nela é regido por uma sabedoria que gira em torno do DAR E RECEBER. Trata-se de uma lei natural, veja só: As plantas nos dão Oxigênio, em troca lhes damos Carbono. A terra nos nutre com seu alimento, em troca devemos devolver a ela seus adubos naturais, assim como fazem as árvores quando suas folhas caem no chão... O corpo da mulher tira da terra seus nutrientes através da alimentação, e quando a menstruação chega é um sinal que aqueles nutrientes não foram necessários para a formação de um possível bebê, então ela menstrua devolvendo para a terra o que a ela foi dado. " Na natureza nada se perde , nada se cria , tudo se transforma" - Lavoisier. Compreender a Natureza é compreender a si mesma e se integrar com a natureza de seu corpo, com a natureza de seu espírito e se apropriar do seu ser.
 Há um estigma muito forte de que o sangue menstrual é sujo e repugnante, isso faz parte de uma concepção histórica que serviu para afastar as mulheres do conhecimento intuitivo sobre elas mesmas. Mulheres foram mortas em fogueiras acusadas de bruxaria por entrarem em contato com a intuição que lhes cabe. Fisiologicamente o sangue menstrual é apenas a descamação do endométrio - tecido que reveste o útero- por não ter tido a fecundação do óvulo. Num ponto de vista menos reducionista o sangue é muito mais que um proceso fisiológico natural, ele é um portal de sensibilidade e conexão com a Natureza. Para muitas mulheres, nossas ancestrais, o sangue era considerado sagrado e há vestígios desta concepção em todos  os continentes da Terra: das aborígenes as sul americanas. É deste resgate que estamos falando! Resgaste do poder que existe em cada mãezinha Terra que somos , da conexão e o respeito com a nossa Grande Mãe, a Mãe Terra. GAIA.
Diversos ritos de passagem marcam a vida de meninas nativas no seu primeiro ciclo mesntrual. Entre os Juruna, quando a Lua Nova aponta no céu, é momento de as meninas se recolherem para suas casas. As meninas kanamari, do Amazonas, também ficam reclusas enquanto dura seu primeiro sangramento, sendo alimentadas somente pela mãe. Assim ocorrem com as meninas tukúna que nesse período de reclusão aprendem os afazeres e a essência do que é ser uma mulher adulta. Observa-se , em alguns casos, como parte do rito, cortar o cabelo e pintar o corpo de negro. São ritos de honra à mulher, e não o afastamento das mesmas pela impureza, como foi mal-interpretado por muitas outras culturas, principalmente a nossa ocidental extremamente influenciada pelos valores cristãos. Nossos corpos mudam nesse período, fluem nossas emoções e estamos mais abertas a compartilhar com outras mulheres, como uma conexão fraternal. Ao observarmos nossos ciclos em relação à Lua, veremos que a maioria das mulheres que não adotam métodos artificiais de contracepção e que fluem integradas ao ciclo lunar, têm seu Tempo de Lua durante a Lua Nova. É importante observarmos como fluímos com a energia da Lua e seus ciclos, e em que período do ciclo lunar menstruamos. A menstruação é um chamado do nosso corpo ao recolhimento, assim como a Lua Nova é um período de introspecção, propício ao retiro e à reflexão. A Lua Cheia proporciona expansão e , se nossos corpos estão em sintonia com as energias naturais, é o período em que estamos férteis.
" O verdadeiro sentido dessa conexão ficou perdido em nosso mundo moderno. Na minha opinião muitos dos problemas que as mulheres enfrentam, relacionados aos orgãos sexuais, poderiam ser alivados se elas voltassem a respeitar a necesidade de retiro e de religação com a sua verdadeira Mãe e Avó, que vêm a ser respectivamente a Terra e a Lua. As mulheres honram o seu Caminho Sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente a sua natureza receptiva. Ao confiar nos ciclos dos seus corpos e permitir que as sensações venham à tona dentro deles, as mulheres vêm sendo videntes e oráculos de suas tribos há séculos. As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar umas às outra. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe  seja revelada a beleza do recolhieto e da receptividade". Trecho sobre a Tenda da Lua, de Jamie Sams.
Observe seus ciclos acompanhando a Lua, olhe para o céu, conheça a lua! Olhe pra você, conheça como seu corpo funciona e o que ele esta dizendo sobre e pra você! Reflita sobre o sangue que corre nas nossas veias, que distribui nutrientes para todo o nosso corpo poder funcionar. De onde ele veio? Observe seu fluxo menstrual, não tenha medo dele. Compartilhe com outras mulheres esses momentos sagrados em que portas se abrem para dar acesso a um mundo invisível mais real que qualquer bloco de concreto.
Desejamos que seu resgate e despertar se inicie.

*  Compartilho esse texto do grupo Cultura Sustentável e Projeto Mãe Terra - das minhas amigas Maiana e  Aline - de Recife - PE

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