quinta-feira, 29 de maio de 2008

A COMPAIXÃO: FUNDAMENTO DA FELICIDADE HUMANA


Quando somos concebidos e enquanto estamos no ventre da nossa mãe, a sua atitude compassiva e a tranqüilidade do seu estado mental são fatores muito positivos para o nosso desenvolvimento. Se a mente da mãe for muito agitada, isso nos prejudica. E ainda mal começamos a nossa vida! Aliás, no próprio momento da concepção o estado mental dos pais é importante. Para que tudo se passe da melhor maneira, a concepção deve proceder de um amor verdadeiro, de um respeito mútuo.

Nas primeiras semanas que se seguem ao nascimento, isto segundo a ciência médica, o cérebro da criança ainda está em desenvolvimento. Durante esse período, dizem os especialistas, o contato físico é um fator crucial para um desenvolvimento adequado do cérebro. Só por si, isso nos mostra que o simples crescimento do nosso corpo requer a compaixão dos outros.

Após o nascimento um dos primeiros atos da mãe é dar de mamar ao bebê. Por sua vez, um dos primeiros atos do bebê é mamar. O leite é muitas vezes considerado o símbolo da compaixão. Tradicionalmente, sem ele a criança não consegue sobreviver. Graças à amamentação, a proximidade entre a mãe e a criança aumenta. Isto significa que o primeiro ato da nossa vida, o ato de mamar, é um símbolo de afeição.

Descobriu-se que as crianças que crescem em lares onde o amor e a afeição estão presentes têm um desenvolvimento físico mais saudável e são melhores alunos. Em contrapartida, as crianças carentes de afeição têm mais dificuldades em desenvolver-se física e mentalmente. Mais tarde, quando forem crescidas, lhes será igualmente mais difícil mostrar afeição, o que é uma grande tragédia.

Uma disposição afetiva não só torna a mente mais calma e tranqüila, como afeta positivamente o nosso corpo. Por outro lado, o ódio, a inveja e o medo perturbam a nossa paz mental, nos tornam agitados e afetam negativamente o nosso corpo. O próprio corpo precisa de paz mental e não lhe apraz a agitação. Isto nos mostra que o apreço pela paz está no sangue.

(Adaptado do apêndice ao livro de S. S. Dalai Lama, As Quatro Nobres Verdades)

O que escolhemos quando não escolhemos


O que escolhemos quando não escolhemos?Um Espaço Constante sobre a Liberdade de Escolha no Parto
Abrir mão de tomar uma decisão significa delegar, mesmo que involuntariamente, a responsabilidade sobre essa decisão a alguém. Ou às circunstâncias. A Deus, ao destino, à vida; como queiram chamar.
Não optar é também, portanto, fazer uma escolha. É escolher a renúncia. Quando escolho não optar, deixo que alguém decida por mim, ou que as coisas simplesmente aconteçam.
E quando se trata de nossos corpos? De nossa saúde? De nossos filhos?
Quem gostaria realmente de renunciar às decisões que dizem respeito à integridade do próprio corpo e à saúde, não apenas a própria, mas também a de seu bebê? Muito provavelmente, ninguém.
No entanto, quando falamos de parto, nem sempre estão claras as decisões que podemos e devemos tomar. Todos sabemos que é preciso escolher um profissional de saúde para acompanhar o parto, que é preciso escolher o lugar onde parir, decidir por fotografar ou não, filmar ou não o nascimento de nossos filhos... e o que mais? Que outras escolhas fazemos ou deixamos de fazer em relação a esse momento tão único e tão intenso de nossas vidas?
Fazemos, aqui, um convite. Um convite às mulheres que pariram, que vão parir ou que desejam isso para si. Um convite para que conheçam as decisões que devem ser tomadas no que concerne a nossos corpos, nossos partos e nossos filhos, e que serão tomadas por alguém, quer queiramos, quer não. Convidamos as mulheres a refletir sobre essas escolhas e a descobrir como tomar para si a responsabilidade sobre elas. A responsabilidade sobre os rumos que devem ser dados a nossos partos, e que significarão mais saúde ou mais riscos à saúde, mais satisfação ou frustração, prazer ou sofrimento, empoderamento ou renúncia.
Aceitar esse convite significa fazer a primeira e talvez mais importante das escolhas: buscar informação. Ler, pesquisar, perguntar, questionar e entender que processo é esse que acontece no nosso corpo quando parimos. Entender que há uma série de decisões a serem tomadas, as quais devemos planejar e negociar com as pessoas envolvidas no processo (profissionais e familiares), sem perder de vista que somos nós mesmas, as mulheres, o centro e o foco destas decisões.
Aceitar esse convite significa despir-se do conforto de deixar que o médico decida tudo e descobrir que podemos – e devemos – questionar, refletir e decidir conjuntamente. 'O que de fato eu quero para o meu parto?' - essa pergunta só pode ser respondida se soubermos quais são nossas opções. Se estiver claro que podemos querer algo, e não apenas aceitar o pacote pronto oferecido pelos médicos e maternidades.
A isso chamamos escolha informada. E é deste modo que deveríamos decidir tudo em nossas vidas. Não assinamos papéis em branco, não assinamos contratos sem ler, não concordamos com nada antes de compreender do que se trata. Parir não é diferente. É preciso saber para decidir.
A pergunta, neste ponto, talvez seja: o que então precisamos tanto saber?
Neste espaço, pretendemos apoiar outras mulheres na descoberta de respostas para essa pergunta, mostrando os caminhos que nós mesmas percorremos na elaboração de nossos "Planos de Parto". Os caminhos que percorremos para delinear as nossas preferências, para identificar e compreender nossos desejos e necessidades e, a partir daí, sair em busca de torná-los realidade, de transformar escolhas informadas em experiências positivas de parto.
Aqui, não queremos convencer ninguém de que as nossas opções são as melhores – porque isso não é escolha informada. Desejamos apresentar diferentes experiências de mulheres que viveram na pele os resultados de suas próprias decisões, além de evidências científicas de qualidade a respeito de cada um dos itens do "Plano de Parto", os quais serão discutidos aqui mensalmente (episiotomia, técnicas de alívio da dor, posição de parto, acompanhante de escolha, indução etc.), para que cada mulher tenha condições de decidir por si, de forma consciente e informada. Não pretendemos discutir extensamente os dados científicos. Nosso enfoque é a experiência das mulheres, como viveram e sentiram, e o que têm para contar. A ciência e os profissionais de saúde nos falam sobre segurança e efetividade. Aqui, além disso, queremos falar de vivências, satisfação, emoção, prazer e felicidade.
Está feito o convite: para que cada mulher escolha o caminho da informação e da decisão consciente sobre seu parto e o nascimento de seus filhos.
Maíra LibertadEnfermeira, Doula e Professora de Enfermagem

CURSO PARA GESTANTES , PAIS E CASAIS GRÁVIDOS .

POR UMA MATERNIDADE E PATERNIDADE ATIVAS E CONSCIENTES.